RIO — O Rio poderá
ser a primeira cidade do mundo a ter o Google Glass (óculos inteligentes de
realidade aumentada) como ferramenta oficial de utilidade pública. Falando ao
GLOBO, o prefeito Eduardo Paes contou que já propôs à gigante de buscas adotar
o Glass como mais um recurso do COR (Centro de Operações Rio), que já usa
softwares como Google Earth e Mapas para monitorar a situação do clima, do
trânsito e de áreas de risco na cidade.
— Agentes da
prefeitura na rua poderão usar o Glass para dar mais agilidade às suas
operações, recebendo informações diretamente nele — disse Paes por telefone,
nitidamente animado com a perspectiva.
O prefeito também
pretende adotar o aplicativo móvel Waze — em que os próprios usuários informam
as condições do trânsito — para reforçar o monitoramento do tráfego pela
CET-Rio no COR. Criado em Israel, o app foi comprado pela Google na terça-feira por valor estimado em mais de US$ 1 bilhão.
A adição do Waze
pode ser uma arma no combate a nós no trânsito, como o que aconteceu na
terça-feira, em que a queda da carga de um caminhão na Avenida Brasil parou o
tráfego da cidade por horas.
— A base das
atividades do nosso Centro de Operações é a tecnologia da Google, através do
Google Earth e outras ferramentas. Temos interação total com eles, e todas as
aplicações de trânsito, radar de chuvas, Defesa Civil, enfim, praticamente todo
o monitoramento passa por esses recursos — afirma Paes. — Eu mesmo mantenho uma
tela em meu gabinete, onde acompanho em tempo real muitas das ações do COR.
Segundo Pedro
Junqueira, chefe executivo de operações do COR, o Waze poderia trabalhar em
conjunto com as mais de cem camadas de aplicações de localização já utilizadas
no centro.
— Por exemplo,
temos a camada da s câmeras; a que mostra onde estão os guardas municipais; a
camada onde se encontram os caminhões da Comlurb; a que exibe transformadores
da Light com possíveis problemas; e assim por diante — explica Junqueira. — No
caso do Waze, o input fornecido pelos usuários do aplicativo cria uma malha que
pode ser reunido com as câmeras da CET-Rio e dados do Google Traffic para obter
informações ainda mais precisas.
Considerando que,
segundo informações da própria prefeitura, só a Avenida Brasil está saturada,
com 225 mil veículos circulando diariamente, qualquer ajuda extra seria
bem-vinda no trânsito carioca.
O Glass, por sua
vez, poderia fornecer diretamente para óculos dos guardas municipais chamadas
potenciais do 1746 (número de atendimento ao cidadão pela prefeitura) ou
relatos sobre as características do local onde o agente se encontra (por
exemplo, uma área em que o furto de carros é constante).
— Mas isso ainda
vai levar algum tempo, pois o Glass ainda é um fetiche até para os próprios
funcionários da Google — diz Junqueira. — Uma equipe esteve aqui no COR não faz
muito tempo e só um deles tinha visto o gadget.
Fonte: Jornal O Globo. Leia a reportagem na íntegra!
Nenhum comentário:
Postar um comentário