Publicidade e Propaganda


Maioria dos brasileiros gostaria de mais restrições à publicidade na tevê

A pesquisa “Democratização da Mídia”, divulgada pela Fundação Perseu Abramo na última sexta-feira (16), foi muito bem recebida por militantes que lutam contra o monopólio dos meios de comunicação no país, mas um dado especialmente chamou a atenção dos militantes: os brasileiros não veem com maus olhos a instituição de mecanismos para regular o conteúdo veiculado na televisão. Principalmente da publicidade. E acreditam que o controle social seria a melhor maneira de melhorar a programação que brilha na tela de 82% dos telespectadores que ligam seus televisores todo santo dia.

“Esses dados, que pra nós são novidadeiros, para os empresários do setor não são. Eles já dominam tudo isso. Por isso é que adotam de maneira tão raivosa o discurso de que regulação é censura: eles já sabiam que é um anseio popular”, argumentou Renata Mielli, membro do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), durante o lançamento da pesquisa. “Quando propusemos um projeto de lei de iniciativa popular, só tratamos de regulação de conteúdo em alguns aspectos, como inclusão de conteúdo regional, produções independentes, direito de resposta e direitos humanos. Parecia um tabu, mas não é. Temos que aprimorar nosso discurso nesse sentido.”


De acordo com o estudo da Fundação Perseu Abramo, 65,5% dos brasileiros gostariam de mais regras para a veiculação de publicidades e propagandas na televisão. E 77,2% gostariam que essas regras fossem estabelecidas por um conselho formado por representantes da sociedade – o chamado controle social. Na programação, o que mais incomoda os telespectadores do país são os palavrões e a exposição gratuita do corpo da mulher, que contam com a oposição de mais de 60% dos entrevistados. Mais 50% da população acha que a tevê não deveria exibir cadáveres, crueldade com animais, cenas de nudez, sexo, violência, morte e pessoas fazendo uso de drogas ilegais.

A pesquisa detectou ainda que propagandas de bebidas alcoólicas deveriam ser proibidas – ou permitidas apenas tarde da noite – para 88,1% dos brasileiros. Mais da metade da população também não gostaria de ver na tevê imagens que mostrem violência ou humilhação contra negros, gays, lésbicas e contra as mulheres. Piadas e programas humorísticos que tenham como objetivo ridicularizar as pessoas deveriam ser abolidos da telinha para 49,8% das pessoas. Por outro lado, a pesquisa detectou que uma ampla parcela da população acredita que não deve haver nenhuma regra para as críticas ao governo: 41,3%. Outros 46,3% veem necessidade de regras.


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