“Os brasileiros não têm a cultura de compra nas redes
sociais. Esse processo ainda caminha lentamente. Não vejo isso acontecendo,
pelo menos nos próximos anos”, afirma a coordenadora do curso de pós-graduação
em Gestão da Comunicação da Mídias Digitais do Senac, Ivone Rocha. As redes
sociais, cujo intuito inicial é ampliar as relações e a comunicação entre as
pessoas, agora têm outras funções. Mais do que um comércio efetivo, esses sites
conseguem promover marcas, gerando lucros indiretos para as empresas. “As redes
ajudam porque possibilitam a divulgação de produtos. Além disso, também criam
comunidades virtuais, essenciais para estabelecer uma marca no mercado”,
explica Rocha.
Quando o assunto é obter rendimento nas redes, broadcasting
é o termo mais popular, ligado à transmissão de informação. Com o objetivo de
alcançar o máximo de pessoas, as empresas apostam em curtidas e
compartilhamentos. “Essas postagens esperam sempre a maior audiência. A
internet dá a possibilidade de interagir com os clientes”, diz o
superintendente de Comunicação e Marketing e professor do curso de Marketing da
FGV, Marcos Facó.
Postagens lucrativas
Criada no mês passado, a rede social Teckler promete pagar 70% dos lucros com
anúncios aos usuários que tiverem posts com boa repercussão. O valor de cada
visualização varia de acordo com o anunciante, que pode pagar de US$ 0,40 a US$
15 a cada mil visualizações. O serviço permite ganhar dinheiro com comentários,
fotos e todo o conteúdo que normalmente é postado de graça em outras redes. Na
opinião de especialistas, porém, esse site gera uma certa desconfiança. “Deixa
de ser uma postagem autêntica e passa a ser uma participação falsa, apenas com
o objetivo de ganhar dinheiro. Perde-se o sentido de comunicação e expressão”,
afirma Facó.
A rede que mais vem crescendo no mercado de lucros indiretos
é o LinkedIn. Pesquisa feita pelo próprio site em 2012, mostra que 42% dos
recrutadores buscam profissionais nessa rede. Neste site, os usuários conseguem
obter perfis mais detalhados do que no Facebook. Segundo Facó, a grande
diferença entre os dois é que, no primeiro, investe-se tempo; no segundo,
gasta-se. “As empresas também estão investindo tempo e dinheiro no LinkedIn
para tentar se relacionar, o que gera negócios, contratações e parcerias. É uma
rede que está crescendo bastante no Brasil”, diz.
Outra possibilidade de lucrar nas redes é o Google. Com
serviços como o Google AdSense e o YouTube, é possível vender um post para
empresas, servindo, assim, como publicidade para elas. Segundo a empresa, o
valor pago por cada clique pode variar entre R$ 0,05 e R$ 20, dependendo do
anunciante. “Essa é uma solução muito boa porque é uma permissão e não um
objetivo. Algumas empresas descobrem que esse pode ser um modelo de negócio
muito interessante”, comenta Facó.
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